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Do B2B ao B2C: aplicando a Curva ABC para escalar CS e CX
Aprenda a usar a Curva ABC em CS e CX para priorizar clientes, reduzir churn e escalar operações de forma inteligente no B2B e B2C.
👋 Bruno aqui, embaixador do CXperts, o braço de conteúdo e comunidade da Cloud Humans. Dessa vez, a edição é especial: pela primeira vez temos uma convidada trazendo seu olhar direto da prática. A Vanessa Rodrigues, Head de Customer Success na Datlo, aceitou o convite para compartilhar como aplica a Curva ABC em operações B2B e B2C para escalar CS e CX.
Vanessa é apaixonada por tecnologia, comunicação e pela arte de construir relações de confiança que geram resultados. Sua carreira já passou por desafios de peso: na Escola Conquer, liderou mais de 20 pessoas, formou 4 líderes e tocou uma operação Outbound B2C que faturou R$11 milhões em um ano. Antes disso, atuou na Boa Vista SCPC – Equifax, um dos maiores bureaus de crédito do mundo, desenvolvendo expertise em grandes contas e inteligência de mercado.
Prepare-se: o conteúdo que você vai ler é o reflexo de quem já testou, errou e acertou em diferentes contextos de CS e CX (e agora compartilha os atalhos com você).

Muitas empresas e gestores de CS ou CX ainda não contam com ferramentas robustas para mensurar o Health Score da carteira. Isso dificulta enxergar rapidamente quais clientes estão saudáveis, quais correm risco e onde estão as maiores oportunidades.
A Curva ABC, quando construída a partir de pilares bem definidos, surge como uma forma prática de trazer essa primeira visão de saudabilidade e priorização.
Para operações enxutas, ela pode ser o primeiro passo para criar disciplina de análise e gestão de clientes (como sugere o guia da Custify sobre Health Scores acessíveis).
Para operações já tracionadas, com KPIs e tecnologias avançadas, ela pode gerar discussões de alto nível, comparando critérios e estratégias de classificação - como defendem Mehta, Steinman e Murphy no livro Customer Success, onde Health Score deve refletir não só uso do produto, mas também valor entregue.
Importante: trata-se de uma análise por cliente, que deve ser aplicada de forma recorrente (ex.: a cada 15 dias), permitindo acompanhar a evolução da carteira e ajustar o foco da equipe.
O que é a Curva ABC em CS
Inspirada no Princípio de Pareto (80/20), a Curva ABC classifica os clientes em três grupos:
A → Clientes que geram maior valor (receita).
B → Clientes relevantes, mas que exigem estímulo e acompanhamento.
C → Clientes de menor impacto individual e de receita, mas que, em conjunto, podem representar grande peso.

Esquerda: mostra a quantidade de clientes → o grupo C é gigante.
Direita: mostra o valor gerado → o grupo A domina, mesmo sendo pequeno em quantidade.
Isso deixa claro o paradoxo da Curva ABC: muitos clientes não significam muito valor.
Exemplo simplificado mostrando que poucos clientes concentram alto valor (grupo A) enquanto muitos clientes de baixo valor individual somam volume significativo (grupo C).
Historicamente, a Curva ABC considera apenas o ticket médio ou receita. Essa abordagem é útil como ponto de partida, mas não captura engajamento, potencial de expansão ou relacionamento, elementos estratégicos essenciais em CS/CX.
Por isso, para obter uma visão mais estratégica da carteira, é possível aplicar a Curva ABC considerando pilares múltiplos, trazendo insights sobre comportamento, oportunidade de expansão e saúde do relacionamento.
Os 4 pilares estratégicos da Curva ABC que utilizo na minha operação
Faturamento Gerado (TKM) → Valor financeiro entregue pelo cliente em determinado período.
Potencial de Expansão → Oportunidades futuras de crescimento, upsell ou cross-sell.
Engajamento e Utilização → Nível de uso do produto/serviço; baixo engajamento pode sinalizar risco.
Relacionamento e Parcerias → Nível de proximidade e confiança; clientes parceiros tendem a expandir mais facilmente e participar de ações internas e externas.
Cliente | Receita | Engajamento | Relacionamento | Potencial | Classificação ABC |
---|---|---|---|---|---|
Cliente 1 | 50k | Alto | Forte | Alto | A |
Cliente 2 | 20k | Médio | Médio | Médio | B |
Cliente 3 | 5k | Baixo | Baixo | Médio | C |
Cliente 4 | 45k | Alto | Médio | Alto | A |
Cliente 5 | 12k | Médio | Baixo | Médio | B |
Exemplo numérico (simplificado para 10 clientes B2B)
Esse modelo nos permitiu:
Identificar clientes “C” com alto potencial e criar planos de ação para evitar churn.
Direcionar CS mais aderentes para atender contas “A” estratégicas, garantindo foco no que mais gera impacto.
Automatizar interações com clientes “C” de baixo valor, liberando tempo da equipe para ações de maior retorno.
Adaptando para operações B2C
No B2C, os pilares podem ser ajustados:
Faturamento Gerado → Ticket médio ou frequência de compras
Potencial de Expansão → Probabilidade de recompra ou upgrade
Engajamento e Utilização → Uso consistente da plataforma ou interação com produtos
Relacionamento e Parcerias → Lealdade e advocacy (recomendações e avaliações positivas)
Exemplo prático:
Clientes A → compram com frequência, têm alto LTV e ainda influenciam novos consumidores.
Clientes B → fiéis, mas de ticket menor ou engajamento limitado.
Clientes C → sazonais ou de baixo ticket, que podem ser ativados com campanhas específicas.
Um cliente que compra pouco, mas sempre, pode ser mais estratégico que um cliente de alto ticket, mas esporádico.
E aqui entra o ponto: a Curva ABC não é só uma ferramenta de CS. Para CX, ela ajuda a organizar onde o time deve investir energia.
Muitas vezes, clientes “C” geram um volume desproporcional de tickets que consomem a operação, enquanto os “A” precisam de atenção diferenciada para não virar churn. Usada dessa forma, a Curva ABC vira não apenas um método de classificação, mas um mapa estratégico para a experiência do cliente como um todo.
Provocação para a comunidade
Se você tivesse que reclassificar seus clientes hoje, quais critérios colocaria no topo da sua Curva ABC?
Receita ou ticket médio?
Potencial de expansão ou oportunidades futuras?
Engajamento e utilização do produto/serviço?
Relacionamento, confiança e advocacy?
Operações maduras: seus KPIs antecipam risco e oportunidades ou apenas descrevem a carteira?
Operações enxutas: a Curva ABC pode ser seu primeiro passo para disciplina analítica e priorização estratégica.
Compartilhe sua experiência:
Quais critérios você considera mais importantes na sua operação?
Como equilibrar esforço e potencial de crescimento em clientes diferentes?
Clientes “C” já se tornaram “A”? Como?
A Curva ABC é uma ferramenta versátil:
Para uns, é o primeiro passo rumo a uma operação mais analítica.
Para outros, um complemento estratégico para discutir maturidade em CS/CX.
Seja no B2B ou B2C, a lógica é a mesma: nem todos os clientes devem ser tratados igualmente, logo trate-os de acordo com valor e potencial.
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